“Vocês pensam que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus por terem padecido essas coisas?” – Lucas 13:2
A Pergunta Que Incomoda
Você já se pegou fazendo esta pergunta quando vê uma tragédia no noticiário? “O que essa pessoa fez para merecer isso?” Ou talvez, numa versão mais “espiritual”: “Será que Deus está punindo essa nação?”
Se você já pensou assim, não está sozinho. Na verdade, essa reação é tão antiga quanto a humanidade. Mas Jesus tem algo surpreendente a dizer sobre isso.
O Perigo da Poltrona do Juiz
Em Lucas 13, algumas pessoas vieram até Jesus com uma notícia chocante: Pilatos havia matado galileus enquanto eles ofereciam sacrifícios no templo. O sangue das vítimas se misturou com o sangue dos sacrifícios. Uma cena brutal e perturbadora.
A pergunta implícita era clara: “Esses galileus deviam ser muito pecadores para merecer uma morte tão horrível, não acham?”
Jesus não apenas rejeitou essa lógica – Ele a destruiu completamente. E então fez algo ainda mais impactante: voltou a pergunta contra quem a fez.
A Resposta Que Ninguém Esperava
“Vocês pensam que eram mais pecadores? Digo a vocês que não eram. Mas, se não se arrependerem, todos vocês também perecerão.”
Viu o que Jesus fez? Em vez de especular sobre o pecado das vítimas, Ele direcionou a atenção para o pecado de quem estava julgando. Em vez de olhar para fora, Ele disse: “Olhem para dentro.”
A tragédia alheia não é um convite para investigarmos o pecado do outro – é um convite para examinarmos o nosso próprio coração.
Por Que Fazemos Isso?
Existe uma razão psicológica profunda para nossa tendência de julgar as vítimas de tragédias. Quando dizemos “eles mereceram”, estamos secretamente tentando nos tranquilizar: “Comigo isso não vai acontecer porque eu sou diferente, sou melhor.”
Mas Jesus expõe a falácia cruel dessa lógica. A verdade incômoda é que todos nós merecemos muito pior do que qualquer tragédia terrena pode oferecer. E se não fosse pela graça de Deus, estaríamos perdidos para sempre.
A Parábola da Última Chance
Jesus então conta uma história simples, mas arrepiante: um homem tinha uma figueira que há três anos não dava frutos. Sua paciência se esgotou. “Corte-a!”, ordenou.
Mas alguém intercedeu: “Senhor, deixe-a ainda este ano. Vou cuidar dela, adubar a terra. Se der fruto, ótimo. Se não der, então pode cortá-la.”
Essa árvore somos nós. O dono do vinhedo é Deus Pai. E quem intercede? Jesus Cristo.
A Pergunta Que Muda Tudo
A história termina em aberto. Não sabemos se a árvore foi cortada ou se finalmente deu frutos. Por quê? Porque você é quem vai escrever o final.
Diante das tragédias ao nosso redor – pandemias, guerras, desastres naturais, violência – a pergunta não é: “O que aquelas pessoas fizeram para merecer isso?”
A pergunta é: “O que EU preciso fazer para não perecer eternamente?”
O Tempo Está Passando
Jesus está intercedendo por você agora mesmo. Ele está pedindo ao Pai: “Dê mais um tempo. Não corte ainda. Deixe que se arrependa.”
Mas essa intercessão não é eterna. A árvore que não dá frutos será cortada.
Você está brincando com essa oportunidade?
A Única Saída
Existe apenas uma forma de escapar do machado: arrependimento genuíno. Não o arrependimento superficial de quem se sente mal por alguns dias, mas a transformação profunda de quem reconhece sua miséria espiritual e se lança completamente na graça de Cristo.
As tragédias ao nosso redor são lembretes sombrios, mas necessários: esta vida é frágil, o tempo é curto, e existe algo muito mais terrível do que qualquer sofrimento terreno – a eternidade separada de Deus.
Quando você vir a próxima tragédia no noticiário, resistirá à tentação de julgar as vítimas? Em vez disso, permitirá que o Espírito Santo examine seu próprio coração? O tempo da intercessão de Jesus não durará para sempre. A pergunta é: que tipo de fruto sua vida está produzindo?
“Se não se arrependerem, todos vocês também perecerão.” – Lucas 13:5