Quando a fé chega à praia

Atos 28

Da tempestade ao fogo

Depois de sobreviver a um naufrágio, Paulo chega à praia de Malta.
Molhado, cansado, talvez tremendo de frio — mas vivo.
A primeira cena pós-caos não é uma pregação, nem um milagre espetacular.
É um gesto simples: ele ajunta gravetos para acender o fogo.

O mesmo homem que havia enfrentado o mar agora serve humildemente, cuidando do calor dos outros.
E talvez seja isso que o céu mais admire — não o poder que domina, mas a fé que aquece.

A serpente e o olhar

Enquanto alimenta o fogo, uma víbora se prende à sua mão.
Os nativos o observam e dizem:

“Certamente este homem é um assassino. Escapou do mar, mas a justiça não o deixa viver.”

A religião natural sempre julga pela aparência.
Mas Paulo apenas sacode a serpente no fogo — sem gritar, sem dramatizar, sem se defender.

A fé madura não precisa provar inocência.
Ela apenas continua firme, porque sabe que a mordida não cancela a missão.

O veneno da opinião

Hoje, a serpente pode ter outro nome: crítica, rejeição, difamação, ingratidão.
E quantos ministérios, casamentos e vocações morrem não pelo veneno real,
mas pela ansiedade de explicar-se a todo instante?

A fé que sobrevive é a que aprendeu a sacudir o que fere e seguir servindo.

O milagre discreto

Depois da serpente, vem o milagre: Paulo ora pelo pai de Públio, e ele é curado.
E logo toda a ilha busca socorro.

Mas perceba: o apóstolo não chegou ali como missionário — chegou como náufrago.
E ainda assim, Deus transforma a tragédia em plataforma de graça.

O naufrágio que parecia fim era, na verdade, um desvio sagrado para Malta.

A fé que não desiste do destino

Meses depois, Paulo parte novamente — não com um navio de guerra, mas com um navio marcado por dois deuses gêmeos (Atos 28:11).
Mesmo embarcando num símbolo pagão, ele sabe:
Deus continua no controle da rota.

Nem todas as embarcações que Deus usa carregam bandeiras santas.
Mas todas chegam ao porto certo.

O naufrágio te quebrou

Talvez o seu “Malta” seja esse lugar inesperado onde você parou —
não porque quis, mas porque o vento te trouxe.

Você não planejou chegar aqui,
mas Deus já estava esperando por você nesse cais.

O naufrágio te quebrou, mas te trouxe à praia exata
onde o seu testemunho vai reacender o fogo de outros corações frios.

Paulo começou a jornada como prisioneiro.
Chegou ao fim como pastor, curador e referência de fé.

É assim que o Reino funciona:
Ele transforma sobreviventes em líderes.
E usa cacos de madeira — e mãos marcadas — para reacender o fogo da esperança.

“A fé não termina no naufrágio. Ela começa quando você decide acender o fogo com o que restou.”

  • O que Deus está tentando reacender em você nas cinzas do seu cansaço?
  • Que serpente você precisa sacudir, sem discurso, apenas em fé?
  • E quem está esperando o calor do seu fogo em meio à praia do seu caos?

Talvez o milagre de hoje não seja sobreviver à tempestade, mas continuar servindo depois dela.

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