O Deus que Escolheu Ser Ordinário

Existe algo mais desconfortável do que um Deus comum?

Vivemos obcecados pela excepcionalidade. Influenciadores vendem vidas perfeitas. Pregadores prometem milagres espetaculares. A cultura cristã moderna fabrica super-heróis da fé, enquanto nós, meros mortais, assistimos do banco de trás, sentindo-nos perpetuamente insuficientes.

E então Jesus aparece. Não em um cavalo branco cósmico, mas usando roupas que você mesmo usaria. Rindo das piadas que você conta. Comendo a comida que todos nós comemos.

A Escandalosa Normalidade de Cristo

Pedro testemunhou Jesus ressuscitar um morto e, horas depois, o viu pedindo uma segunda porção de pão. A ironia era perturbadora: “Tu acabas de despertar o morto! Não deverias estar envolto em luz?”

Mas eis o Cristo — carpinteiro, vizinho, homem comum.

Aqui está a verdade que a religiosidade prefere esconder: Jesus não veio para impressionar. Veio para habitar.

Não para ser admirado à distância segura dos vitrais, mas para sentar-se à sua mesa bagunçada. Para conhecer o cheiro do seu suor. Para compreender o peso da sua fadiga.

Você Está Procurando o Jesus Errado

Talvez seu problema não seja falta de fé. Talvez seja que você está procurando o Jesus errado — aquele dos sermões inflamados, das correntes de oração viral, da teologia perfeita em PowerPoint.

Enquanto isso, o verdadeiro Jesus está parado na sua carpintaria empoeirada. Consertando o que está quebrado. Trabalhando com as mãos. Próximo o suficiente para que você possa tocá-lo.

A grande subversão do Cristianismo não é que Deus se tornou homem. É que ele se tornou este tipo de homem: trabalhador braçal, de família questionável, sem beleza extraordinária, de uma vila que ninguém respeitava.

O Salvador está Perto

Não no santuário. Não apenas nas experiências místicas. Não exclusivamente nos momentos de louvor extático.

Ele está no trânsito com você. Na fila do mercado. Na reunião entediante. Na crise das 3h da manhã.

E talvez — apenas talvez — o milagre que você está esperando não seja uma explosão sobrenatural, mas a lenta e persistente transformação que acontece quando você finalmente percebe: Ele sempre esteve aqui.


A pergunta não é se Deus está presente. A pergunta é: você está disposto a encontrá-lo no ordinário?

Porque foi exatamente lá que Ele escolheu estar.

Essa é a perspectiva menos comum, porém mais essencial: Se Jesus fosse apenas Deus, Ele nos criaria, mas não nos compreenderia. Se fosse apenas humano, Ele nos amaria, mas não poderia nos salvar. Precisamos de um Deus-Humano que conheça a fadiga, o riso e até o ronco, para que possamos confiar n’Ele como Alguém “próximo o suficiente para que possamos tocá-lo”.

O Salvador não está distante.

Talvez o verdadeiro desafio da fé não seja acreditar em um Deus poderoso, mas aceitar um Deus próximo.

A verdadeira prática de uma fé contemporânea não está em rituais grandiosos, mas em convidar essa Proximidade Absurda para o nosso dia a dia.

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