Vale a Pena Ser Cristão em Tempos Difíceis?
Uma reflexão sobre fé radical em um mundo que perdeu a esperança.
A Pergunta Que Ninguém Quer Fazer
Você já se pegou questionando se ainda vale a pena seguir Jesus? Em um mundo onde a injustiça parece vencer, onde a indiferença é moeda corrente e o cinismo se tornou sabedoria, essa pergunta ecoa no coração de muitos cristãos: ainda faz sentido carregar a cruz?
A resposta não está nos sermões bonitos ou nas músicas inspiradoras. Está na vida real, na escolha diária entre o conformismo e a coragem, entre a mediocridade e a radicalidade do amor.
O Inimigo Silencioso da Fé Moderna
Cristo nunca chamou discípulos mornos. Sua provocação mais radical continua ecoando: “Negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me”. Mas vivemos tempos em que o maior inimigo da fé não são os leões na arena – é o sofá na sala.
O conformismo se disfarçou de sabedoria. A mediocridade virou prudência. O entretenimento vazio ocupou o lugar da intimidade com Deus. E de repente, cristianismo virou apenas uma etiqueta social, um seguro de vida para a eternidade.
O diabo não precisa mais de perseguição. Basta um coração entorpecido, uma agenda lotada de futilidades e uma fé que nunca incomoda ninguém – nem mesmo quem a professa.
A Mulher Que Escolheu o Impossível
Em 1944, enquanto os nazistas dominavam a Europa, uma relojoeira holandesa de 52 anos fazia uma escolha impossível. Corrie ten Boom decidiu que sua fé não era apenas para os domingos – era para os dias mais sombrios da humanidade.
Ela transformou sua casa em refúgio para judeus perseguidos. Construiu esconderijos secretos. Arriscou tudo – sua vida, sua família, sua segurança – por pessoas que nem conhecia direito.
Quando foi presa e enviada para o campo de concentração de Ravensbrück, perdeu o pai e a irmã Betsie. Enfrentou a fome, a doença, o desespero. E foi exatamente ali, no lugar mais improvável, que descobriu a profundidade revolucionária do perdão cristão.
Após a guerra, Corrie fez algo que desafia nossa compreensão: perdoou seus torturadores. Mais que isso – dedicou sua vida a ensinar que não existe ódio que o amor de Cristo não alcance, não há escuridão que Sua luz não penetre.
A Fé Que o Mundo Está Esperando
“Não há cova tão profunda que o amor de Deus não seja mais profundo” – foram as últimas palavras que Betsie sussurrou para Corrie no campo de concentração. Essa verdade sustentou uma das vidas cristãs mais inspiradoras do século XX.
O mundo já viu religiosos demais. Pessoas que falam sobre Deus mas vivem para si mesmas. Que conhecem versículos de cor mas não conhecem o coração de Deus. Que defendem a moral cristã mas não vivem o amor cristão.
O que o mundo clama – talvez sem saber – são cristãos de verdade. Gente que:
- Interpreta a dor do outro como se fosse sua
- Enfrenta injustiças mesmo quando é mais fácil se omitir
- Ama sem reservas, mesmo quando não há retorno
- Perdoa o imperdoável, porque foi perdoada primeiro
- Não tem medo de perder para um sistema passageiro, porque já venceu em Cristo
Sua Escolha Diária
Cada manhã, você acorda diante da mesma escolha que Corrie ten Boom enfrentou: vai viver como se Jesus fosse apenas um capítulo bonito do passado, ou vai ser sal, luz, abraço e ousadia nos dias sombrios de hoje?
Se o mundo está aquecido pelo ódio, sua escolha é se tornar frio por medo ou incendiar-se por amor? Se as dores e inseguranças crescem, você vai construir muros para se proteger ou vai abrir portas para acolher e curar outros?
Cristo não morreu para formar um clube confortável de pessoas moralmente estáveis. Ele veio fazer nascer gente redimida, incontrolavelmente apaixonada pelo Reino de Deus e disposta a sacrificar tudo por isso.
O Custo Real da Fé Verdadeira
Ser cristão em tempos difíceis custa caro. Custa a zona de conforto. Custa a aprovação social. Custa a segurança da rotina. Às vezes, custa até relacionamentos e oportunidades.
Mas o que você ganha em troca?
A certeza de que sua vida tem propósito eterno. A paz de saber que você está do lado certo da história. A alegria indescritível de ver Deus usando suas mãos, sua voz, sua presença para transformar realidades.
E principalmente: a experiência de descobrir que não existe sofrimento tão profundo que Deus não alcance, não há escuridão tão densa que a Luz não penetre.
Sua Resposta Hoje
Então, vale a pena ser cristão em tempos difíceis?
Corrie ten Boom responderia: vale a pena ser cristão especialmente em tempos difíceis. Porque é justamente quando tudo desmorona que a rocha da nossa fé se revela inabalável. É quando a escuridão é mais densa que nossa luz brilha mais forte.
E você? O que te impede de viver essa fé radical? Qual o seu “custo” de seguir Jesus no mundo real?
Que nossa fé incomode os acomodados. Que nosso amor provoque os indiferentes. Que o nome de Jesus seja lembrado por nossos atos, não apenas por nossas palavras.
É tempo de trocar a segurança da rotina pelo risco revolucionário da cruz.
É tempo de ser radicalmente verdadeiro.
“O mundo ainda clama — talvez sem saber — por cristãos de verdade: que interpretem a dor do outro, que enfrentem injustiças, que amem sem reservas, que perdoem o imperdoável.”
Seja a resposta que o mundo está esperando.
Nunca se esqueça: não existe sofrimento tão profundo que Deus não alcance. Não há escuridão tão densa que a Luz não penetre.
Ser cristão, hoje e sempre, é decidir confiar nesse amor mais forte que a morte.
Referência:
Benge, Geoff and Janet, Corrie ten Boom: Keeper of the Angels’ Den, YWAM Publishing, 1999.