Manhãs que nos Salvam do Fim

Todo início de ano carrega uma liturgia silenciosa. Listas, metas, resoluções, palavras-chave. Queremos começar fortes, organizados, melhores do que fomos ontem. Mas Lamentações 3:22–23 nos interrompe com uma verdade desconfortável — e libertadora:

“As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos… renovam-se cada manhã.”

Esse texto não inaugura um ano novo; ele impede o fim de tudo.

Um lembrete antes dos planos

Jeremias não escreveu essas palavras olhando para um calendário limpo, mas para uma cidade devastada. Não havia virada simbólica, nem expectativa coletiva. Havia ruínas. E, ainda assim, ele percebe algo essencial: o tempo continua porque Deus é fiel, não porque o povo acertou.

Esse é um lembrete necessário para o ano que começa:
não entramos nele por competência, maturidade ou força espiritual. Entramos porque fomos preservados.

Misericórdia: o verdadeiro “recomeço”

Falamos muito em “novo começo”, mas o texto bíblico fala de continuidade da graça. A misericórdia não surge porque algo terminou bem, mas porque algo ainda não acabou.

Ela se renova cada manhã porque cada dia traz novas fragilidades, novas falhas, novos cansaços. O ano muda, mas a necessidade permanece. E Deus não se cansa de suprir o que se repete.

Talvez isso confronte nossa obsessão por viradas espetaculares. O reino de Deus começa, muitas vezes, em manhãs comuns, sem fogos, sem slogans, sem aplausos.

O ano que começa não apaga o que ficou

Entrar em um novo ano não significa deixar tudo para trás. Há dores que atravessam o calendário. Há perdas que não respeitam datas. Há processos que continuam abertos.

Lamentações nos ensina algo raro:
a esperança bíblica não depende de páginas viradas, mas de misericórdias renovadas.

Você não precisa estar pronto para o ano novo. Precisa apenas acordar dentro dele.

Um lembrete para caminhar

Se este ano começar com força, louve.
Se começar com medo, confie.
Se começar cansado, descanse na fidelidade de Deus.

A maior promessa para os dias que vêm não é que tudo será diferente, mas que Deus será o mesmo — fiel o suficiente para sustentar cada manhã.
Você não está aqui porque venceu, mas porque foi alcançado pela misericórdia.

E isso, por si só, já faz deste um ano possível.

“Grande é a tua fidelidade.”

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