Há momentos na vida em que tudo parece fragmentado demais para ser religado. Céu e terra parecem morar em endereços diferentes, e nós ficamos no meio — divididos entre o que ansiamos e o que conseguimos tocar. Mas João, em seu evangelho, ousa anunciar algo que ninguém estava pronto para ouvir: a conexão entre os dois mundos não é uma metáfora. Tem nome. Tem rosto. Tem voz.
Quando o Infinito pisa no pó
João começa seu relato com as palavras que moldaram o universo: “No princípio…”
Só que agora, o princípio não inaugura montanhas, mares ou estrelas.
O princípio inaugura uma presença.
O Verbo — o Deus que fala, cria e sustenta — torna-se carne. Não carne como conceito, mas carne que soa, toca, sangra, senta à mesa, aceita convites para casamentos e confronta corrupção religiosa. Carne que anda entre sombras, não como quem foge delas, mas como quem acende uma luz nelas.
O mundo não o reconheceu.
Mas os que reconheceram descobriram algo ainda mais profundo: filhos não nascem apenas de úteros — nascem de fé.
O Cristo que não cabe nos nossos títulos
João Batista sabia que sua função não era brilhar, mas apontar. Ele incomoda os religiosos porque recusa protagonismo.
Ele insiste:
“Eu não sou. Ele é.”
E quando o Espírito desce sobre Jesus como pomba, o universo inteiro parece repetir esse coro.
A partir daí, o chamado se torna pessoal:
André, Pedro, Filipe, Natanael.
Não são heróis — são homens comuns, com vidas comuns, que ouviram um convite incomum:
“Venham e vejam.”
O Messias que salva festas e desmonta templos
Antes de derrubar mesas, Jesus evita que alguém seja publicamente humilhado num casamento.
Ele transforma água em vinho de excelência.
Porque para Ele, a alegria humana importa.
Simples assim.
Mas, logo depois, Ele invade o templo e vira o lugar de cabeça para baixo.
Por quê?
Porque alegria e santidade, para Jesus, não são opostos — são irmãs.
E quando o que deveria ser casa vira comércio, o Reino reage.
Questionam sua autoridade.
Jesus responde com um enigma:
“Destruam este templo, e em três dias eu o reconstruirei.”
Eles pensam em tijolos.
Ele está falando de corpo, cruz e ressurreição.
Jesus está insinuando o impensável:
“Eu sou o verdadeiro templo. Eu sou o ponto de encontro. Eu sou a ponte.”
A escada que Jacó viu… agora tem nome
Natanael fica maravilhado porque Jesus sabe onde ele esteve sentado.
Mas Jesus não lida com maravilhas pequenas.
Ele eleva a régua:
“Você verá o céu aberto e os anjos subindo e descendo sobre o Filho do Homem.” — João 1:51
Isso não é poesia bonita.
É Jesus dizendo:
“Eu sou Betel. Eu sou o lugar onde o céu toca a terra.”
A escada que Jacó viu não era uma visão isolada — era uma profecia silenciosa.
E agora ela ganha pele, voz e passos.
Se você caminhar com Jesus, verá o céu se derramando no chão onde você pisa:
cura onde havia ferida,
justiça onde havia abuso,
verdade onde havia mentira,
vida onde havia ruína.
O céu não está distante — nós é que estamos distraídos
João quer que você perceba:
O Criador não está criando algo novo lá longe.
Ele está recriando aqui dentro.
Quando Jesus anda pelo mundo, Deus está novamente dizendo:
“Haja luz.”
E onde Cristo entra, a luz não pede licença — ela invade.
Então a pergunta hoje não é:
“Onde está Deus?”
Mas:
“Onde eu tenho recusado a escada que Ele colocou diante de mim?”
Porque a escada não é uma fuga.
É um convite.
É um retorno.
É Jesus.
Ele não apenas mostra o caminho para o céu.
Ele é o caminho onde o céu desce até nós.
Se bateu forte aí dentro, fortaleça aqui fora.
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