A mesa mais escandalosa da história
Não foi um milagre que escandalizou os religiosos.
Não foi uma cura, nem uma pregação, nem um sinal no céu.
Foi um jantar.
Jesus se sentou com o tipo de gente que os santos atravessavam a rua para não cumprimentar.
Coletores de impostos, prostitutas, bêbados, gente com a moral arranhada e o nome sujo na praça.
Enquanto os fariseus se preocupavam com quem “merecia estar à mesa”, Jesus servia pão.
Porque o Reino de Deus sempre começa com um prato compartilhado, não com uma performance espiritual.
O escândalo da graça
O escândalo do evangelho não é que Deus perdoa quem se arrepende.
O escândalo é que Deus se aproxima antes mesmo do arrependimento.
Ele não esperou Mateus mudar.
Ele o chamou enquanto ainda estava no balcão da corrupção.
Antes da ficha limpa, antes da confissão, antes do arrependimento público.
O convite foi simples e devastador:
“Siga-me.”
E Mateus levantou-se.
Levou sua culpa, sua vergonha e seus amigos — e seguiu.
A religião que separa, o Cristo que senta
A religião gosta de dividir o mundo entre “os bons” e “os maus”.
Jesus desmonta essa mesa e monta outra — onde os “bons” descobrem que também precisam de graça,
e os “maus” percebem que sempre tiveram um lugar reservado.
Deus não constrói muros — constrói mesas.
E nelas, os mais improváveis se tornam os mais próximos.
Se a sua fé não consegue sentar com quem você chama de pecador,
ela talvez não seja parecida com a de Cristo —
porque Ele só sentava com pecadores.
O fracasso como ponto de partida
Mateus era o tipo de pessoa que ninguém queria por perto.
Mas Jesus viu nele não um fracasso, e sim um futuro discípulo.
A graça tem esse hábito incômodo de olhar para além da reputação.
Jesus não perguntou: “Você merece?”.
Ele perguntou: “Você vem?”.
E essa continua sendo a pergunta que nos persegue.
Porque o convite à mesa continua aberto — até para quem já desistiu da fé, da igreja, ou de si mesmo.
Evangelho dos reprovados
O evangelho não é uma história sobre gente que deu certo.
É uma história sobre gente que deu errado — e foi abraçada mesmo assim.
Deus não tem medo do seu passado.
Ele já jantou com pessoas piores.
A santidade de Jesus não o afastava das pessoas quebradas —
era justamente o que as atraía.
Enquanto os religiosos erguiam dedos, Ele estendia mãos.
Enquanto eles fechavam templos, Ele abria portas de casas.
Enquanto eles apontavam pecados, Ele compartilhava pão.
Talvez o verdadeiro milagre não seja Deus transformar pecadores em santos,
mas santos voltarem a se lembrar que a graça só tem sabor quando servida entre os imperfeitos.
O Reino não é um salão de troféus.
É uma mesa cheia de gente que falhou —
e foi amada mesmo assim.