Quando Jesus Orou Sua Vida Inteira em João 17
“Disse Jesus: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique.” João 17:1
E se eu te dissesse que a oração mais importante da história humana foi feita fora do tempo?
João 17 não é apenas a “Oração Sumo Sacerdotal” de Jesus. É a janela mais clara que temos para entender como alguém perfeitamente alinhado com o Kairos de Deus se relaciona com a eternidade.
É Jesus orando não apenas no tempo, mas através do tempo – passado, presente e futuro se
entrelaçando em uma única súplica.
Stephen Hawking descobriu que as leis da física protegem o universo contra paradoxos temporais. Mas em João 17, testemunhamos algo que transcende qualquer proteção cronológica: Jesus orando simultaneamente como o Filho encarnado e como o Verbo eterno.
A Oração Que Desafia o Tempo Linear
Leia João 17 novamente, mas desta vez observe os tempos verbais que Jesus usa:
“Eu te glorifiquei na terra, completando a obra que me deste para fazer.” (v.4)
“E agora, glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse.” (v.5)
Aguarde. Jesus está falando da obra como “completada” antes da cruz. Está pedindo para receber uma glória que Ele “tinha” antes da criação. Em que tempo Ele está orando?
A resposta é perturbadora: Jesus está orando de dentro da eternidade, onde o tempo é apenas uma dimensão que Ele transcende.
A Unipresença de Deus na Oração Sacerdotal
Quando Jesus diz “Pai, é chegada a hora”, Ele não está informando uma novidade ao Pai. Está
declarando Sua entrada consciente no momento que sempre existiu no plano eterno de Deus.
“Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me deste; porque tu me amaste antes da fundação do mundo.” – João 17:24
Jesus está orando por você antes de você existir. Está intercedendo por problemas que você nem enfrentou ainda. Está pedindo proteção para tentações que ainda virão. Sua oração em João 17 não aconteceu apenas há 2.000 anos – ela está acontecendo agora, na eternidade.
O Mistério da Oração Atemporal
Aqui está onde nossa mente finita trava: Como Jesus pode orar por eventos futuros como se já tivessem acontecido?
A física quântica nos mostra fenômenos que desafiam nossa lógica temporal – partículas que “sabem” sobre medições antes delas acontecerem, efeitos que parecem preceder suas causas. Mas Jesus em João 17 está operando em uma dimensão ainda mais elevada: a dimensão da eternidade, onde todos os momentos são simultâneos.
“Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim.” João 17:20
Jesus está orando por você enquanto lê este texto. Não porque Ele “prevê” o futuro, mas porque na eternidade não existe futuro – tudo é presente eterno.
A Pergunta Que Pode Transformar Sua Oração
Se Jesus orou por você em João 17 antes de você existir, que tipo de oração você deveria fazer?
A maioria de nós ora como se estivéssemos:
– Informando Deus sobre situações que Ele não conhece
– Tentando mudar planos que Ele não havia considerado
– Pedindo proteção para problemas que O pegaram de surpresa
Mas João 17 revela uma verdade revolucionária: Suas orações não mudam os planos de Deus – elas participam dos planos que Ele já fez.
Jesus não estava tentando convencer o Pai a salvá-lo. Estava participando conscientemente do plano eterno de redenção.
A Oração Que Já Foi Respondida
“Pai, santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade.” – João 17:17
Jesus pediu sua santificação há 2.000 anos. Por que você ainda ora pedindo para ser santificado?
Não porque a oração de Jesus “não funcionou”. Mas porque você precisa entrar conscientemente na santificação que Ele já conquistou para você.
“E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade.”
João 17:19
Jesus se santificou para que você também seja santificado. O processo já foi iniciado. A pergunta não é se você será santificado, mas quando você vai parar de resistir ao processo que Jesus já colocou em movimento.
O Desafio da Oração Participativa
Aqui está o que vai revolucionar sua vida de oração: Pare de orar para que Deus faça algo que Ele já decidiu fazer. Comece a orar para entender seu papel no que Ele já está fazendo.
Em João 17, Jesus não está pedindo permissão – está declarando participação. Ele ora:
– “Como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo” (v.18)
– “A glória que me deste eu lhes dei“ (v.22)
– “Eu neles, e tu em mim, para que sejam perfeitos em unidade“ (v.23)
Jesus ora declarando realidades eternas que precisam se manifestar no tempo. Suas orações deveriam fazer o mesmo.
A Oração Que Transcende o Tempo
Quando você ora “seja feita a Tua vontade”, não está tentando descobrir qual é a vontade de Deus.
Está se alinhando conscientemente com a vontade que Ele já revelou.
Quando você ora “santifica-me”, não está pedindo para Deus começar um processo. Está
participando do processo que Jesus já iniciou por você em João 17.
Quando você ora por proteção, não está alertando Deus sobre perigos que Ele não viu. Está ativando a proteção que Jesus já pediu para você: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal” (v.15).
A Verdade Mais Perturbadora de João 17
“Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo.”* – João 17:24
Jesus quer que você esteja onde Ele está. E onde Jesus está? Na eternidade, transcendendo o tempo, vendo sua vida inteira simultaneamente.
Isso significa que sua oração deve ser menos sobre mudar circunstâncias temporais e mais sobre participar de realidades eternas.
O Teste da Oração Sumo Sacerdotal
Faça este exercício nas próximas 24 horas:
Antes de orar por qualquer coisa, pergunte:
- Jesus já orou por isso em João 17?
- Estou pedindo para Deus fazer algo ou estou me alinhando com algo que Ele já decidiu?
- Estou orando no tempo (Chronos) ou na eternidade (Aion)?
- Minha oração reflete participação ou tentativa de controle?
A Revolução da Oração Eterna
João 17 não é um modelo de oração – é a oração. É a oração que criou espaço para todas as suas orações. É a oração que já foi respondida para que as suas pudessem ser possíveis.
Jesus não orou por si mesmo em João 17. Ele orou sua vida inteira – passada, presente e futura – diante do Pai.
E a resposta foi: “Pai, glorifica teu Filho”. A glória que Jesus pediu foi dada. A obra que Ele
mencionou como completa foi aceita. A unidade que Ele declarou foi estabelecida.
Orando de Dentro da Resposta
A próxima vez que você se ajoelhar para orar, lembre-se: você não está tentando alcançar Deus no tempo. Você está entrando na oração eterna que Jesus já fez por você.
Suas orações não precisam “chegar” até Deus. Elas precisam se alinhar com a oração que já
chegou.
“E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” – João 17:3
A vida eterna não é algo que você vai receber depois da morte. É algo que você pode experimentar agora, orando de dentro da eternidade, como Jesus fez em João 17.
Pare de orar como se você estivesse fora da vontade de Deus tentando entrar. Ore como alguém que já está dentro dela, descobrindo seu papel no plano que Jesus já apresentou ao Pai.
Porque a verdade mais libertadora de João 17 é esta: Jesus não apenas orou por você – Ele orou como você, para que você pudesse orar como Ele.
“Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.” – João 17:21
Sua oração não é sua tentativa de alcançar Deus. É sua participação na unidade eterna que Jesus já estabeleceu entre você e o Pai.—
*Que esta revelação transforme não apenas como você ora, mas como você vive – sabendo que já foi incluído na oração mais poderosa da história, feita na eternidade, para ser vivida no tempo.