A fé que fala quando o mundo silencia

Atos 25–26

Quando testemunhar parece inútil

Paulo está diante de governadores, reis e homens poderosos. Algemado. Julgado. Esquecido.
Mas, em vez de se defender, ele testemunha.

O mundo vê um prisioneiro.
Deus vê um pregador diante da elite do império.

A cena parece política, mas é espiritual.
O palco parece romano, mas é celestial.
Paulo não está se defendendo — está proclamando.

Ele não fala para ser solto.
Fala porque está livre.

O cristianismo que ainda causa espanto

Festo o interrompe:

“Estás louco, Paulo! As muitas letras te fazem delirar.”

Paulo não se ofende. Ele sabe:
a fé verdadeira soa como loucura para quem vive anestesiado pela lógica da conveniência.

Vivemos em uma era onde a fé precisa ser “explicável”.
Mas a fé que não escandaliza o racionalismo é apenas ideologia travestida de espiritualidade.

O cristianismo nasceu entre gritos, prisões e cruzes — não entre aplausos.
Se o mundo nunca nos chamar de loucos, talvez tenhamos nos tornado sensatos demais para o Evangelho.

A verdade não precisa de plateia

Agripa ouve, hesita e diz:

“Por pouco me persuades a ser cristão.”

Paulo não o pressiona. Ele apenas lança a semente — e entrega o resto ao Espírito.

A verdade não precisa vencer argumentos.
Ela precisa permanecer dita.

A cada geração, Deus levanta vozes que falam mesmo quando ninguém escuta.
E se o palco for uma prisão, tanto melhor — o eco é mais puro quando não há aplausos.

A lógica invertida do Reino

O homem algemado é o único livre.
Os juízes, livres, são os verdadeiros cativos.
Os poderosos julgam Paulo, mas são julgados pela mensagem que ouvem.

Assim é o Reino: ele sempre inverte a lógica dos impérios.
Os tronos de hoje são as algemas de amanhã.
Mas a fé que permanece de pé mesmo acorrentada… muda impérios inteiros.

Não se defenda. Testemunhe

Talvez você esteja em um “julgamento” moderno:
um ambiente hostil, uma sala fria, uma conversa tensa.

E, como Paulo, o Espírito te sussurra:
“Não se defenda. Testemunhe.”

Há uma diferença sagrada entre argumentar para vencer e falar para libertar.
Deus não te chama a ter razão — te chama a ter voz.

Enquanto o mundo discute o poder, o cristão deve encarnar o paradoxo:
fraco, mas cheio do Espírito; preso, mas livre; julgado, mas triunfante.

Paulo não precisava vencer o tribunal —
porque já havia vencido o medo.

“A fé que não espanta o mundo provavelmente deixou de ser fé.”

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