Colapso Existencial

Há uma geração que se acostumou a “melhorar” em vez de “morrer”.
Reformamos hábitos, trocamos de emprego, mudamos de igreja, fazemos terapia — mas raramente nascemos de novo.
Jesus não disse “é bom se reinventar”. Ele disse: “é necessário nascer de novo” (João 3:7).

Nicodemos, um homem religioso, exemplar, moralmente intacto — o tipo de pessoa que hoje teria uma conta de teologia no Instagram — ficou confuso.
Como alguém tão “formado” pode precisar começar do zero?
Mas o evangelho começa exatamente ali onde a autoajuda termina: na impossibilidade humana.

Escândalo do novo nascimento

O novo nascimento não é uma reforma do caráter, é um colapso existencial.
É quando a velha lógica — de merecimento, comparação e controle — implode diante da graça.
Não é uma transição de comportamento, mas de natureza.
Não é um upgrade de software; é a troca completa do sistema operacional.

Jesus não estava pedindo a Nicodemos que tentasse mais forte.
Estava dizendo:

“Tudo o que é carne continua sendo carne — e carne não vê o Reino.”
Ou seja, o que nasce da nossa própria força nunca alcança o divino.

O vento sopra onde quer

O Espírito não pede licença, não agenda hora e não segue protocolos.
Ele sopra onde quer, desinstalando o orgulho dos religiosos e reanimando o pó dos quebrados.
Quem nasce do Espírito perde o controle, mas encontra o sentido.
A fé deixa de ser um sistema para se tornar respiração — um sopro que vem de outro lugar.

Nascimento que não cabe nas estatísticas

Em um mundo que idolatra métricas e performance, nascer de novo é desaparecer por um tempo.
É ser gerado em segredo, entre lágrimas, silêncio e rendição.
É admitir: “meus diplomas, meus títulos e até minha religião… não bastam”.

O novo nascimento não é visível como um post, mas perceptível como paz.
Quem nasceu de novo não precisa provar que mudou; vive como quem foi refeito.

O chamado de Jesus continua sendo o mesmo:
não se trata de aprimorar-se — trata-se de morrer e recomeçar.
Deixar que o Espírito substitua o cálculo pelo amor, o medo pela confiança, a carne pelo sopro.

O Reino não é conquistado por desempenho, mas revelado aos que, desarmados, pedem:

“Senhor, faz-me nascer de novo.”

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